Tell everybody I'm on my way
And I just can't wait to be there
With blue skies ahead yes
I'm on my way
And nothing but good times to share

segunda-feira, 1 de março de 2010

PILULAS DE LITERATURA

As leituras acadêmicas ou científicas tomam conta da minha vida nos últimos anos mas, felizmente, ainda se salvaram alguns bons momentos para a boa literatura. Vou usar este espaço para comentar e divulgar alguns livros que considero imperdíveis.
Começo então com a obra do espanhol Carlos Ruiz Zafón- “La sombra Del Viento”, este livro encontra-se traduzido para o português, mantendo-se o título original. É um ótimo livro de suspense, para quem gosta do gênero. Extremamente bem escrito, pelo menos em sua versão original em espanhol, é, ainda, um belo retrato da cidade de Barcelona na primeira década de 50, na atmosfera pós-guerra da época.
O livro me cativou principalmente por grande parte da história ter como pano de fundo um “sebo” de livros denominado “El cementerio de los libros olvidados” (O cemitério dos livros esquecidos). O livro é sem dúvida escrito por alguém que ama a literatura e tem como proposta atrair as pessoas para este mundo maravilhoso dos livros. Segue a descrição do principal personagem, Daniel, então menino, ao descobrir esse lugar:

“Por espacio de casi media hora deambulé entre los entresijos de aquel laberinto que olía a papel viejo, a polvo y a magia. Dejé que mi mano rozase las avenidas de lomos expuestos, tentando mi elección. Atisbé, entre los títulos desdibujados por el tiempo, palabras en lenguas que reconocía y decenas de otras que era incapaz de catalogar. Recorrí pasillos y galerías en espiral pobladas por cientos, miles de tomos que parecían saber más acerca de mí que yo de ellos. Al poco, me asaltó la idea de que tras la cubierta de cada uno de aquellos libros se abría un universo infinito por explorar y de que, más allá de aquellos muros, el mundo dejaba pasar la vida en tardes de fútbol y seriales de radio, satisfecho con ver hasta allí donde alcanza su ombligo y poco más”.

Qualquer pessoa que seja apaixonada por livros compartilha esta visão do personagem sobre o universo que se abre através da literatura. O livro é um pouco longo mas sem dúvida vale a pena.
Você pode baixá-lo através do site http://www.megaupload.com/?d=2390S5DX, mas para qualquer amante de livros nada é bem melhor tê-lo em sua mão na versão antiga: nada como o cheiro de papel e tinta fresca...

Leaving Porto Alegre

É a segunda vez que vou deixar Porto Alegre. A primeira foi à 5 anos atrás, quando me formei e me casei e fui morar em Brasília. Não pensei muito na época sobre estar deixando a cidade, estava atarefada demais com o fim da faculdade e os preparativos do casamento para pensar. No entanto, sofri os anos posteriores pela perda, não assimilei muito bem ter deixado a minha cidadezinha.
Porto Alegre é a cidade que vivi quase toda minha vida. Nela estão minhas melhores e piores lembranças. Na infância, onde aprendi a andar de bicicleta com meus irmãos; na adolescência, as saídas a noite; a independência de morar no meu primeiro apartamento, longe dos meus pais. Foi difícil me desprender de tudo isto.
Agora deixo Porto Alegre mais uma vez. Mas não com a mesma tristeza que na primeira. Depois de viver em outros lugares Porto Alegre deixou de ser minha identidade, como isto aconteceu não sei, apenas aconteceu. A cidade que deixo é uma cidade classe média, nem rica nem pobre. Apesar de já ter bem mais transito e violência da cidade que eu tenho na memória, ainda é uma capital interessante para se viver. Uma das capitais com melhor nível econômico e social do país. Mas já não é o meu lar.
Meu lar é onde estou, onde o Thiago está. O lar não é mais uma cidade e sim qualquer lugar onde eu me sinta em casa, onde eu decida estar.
Meus amigos e minha família não deixo, levo comigo onde quer que eu esteja... eles também são meu lar.

Tentando voltar a escrever no blog

Devido à mudança pra Brasília, à minha dissertação de mestrado que está me tirando todo o tempo livre, e bem, à vida em geral que estou tentando organizar novamente aqui, acabei negligenciando o blog. Também porque devido aos mesmos motivos citados, ainda não comecei meu curso de fotografia para postar lindas fotos aqui e a literatura bem... minhas leituras andam paradas por enquanto. Mas enfim, com a tentativa de voltar a postar estou colocando dois textos que escrevi em janeiro... Bjokas a todos os meus milhares de leitores :).

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A CIÊNCIA DO CÉREBRO: RAZÃO E EMOÇÃO


“O amor, o ódio e a angústia, as qualidades de bondade e crueldade, a solução planificada de um problema científico ou a criação de um novo artefato, todos eles têm por base os acontecimentos neurais que ocorrem dentro de um cérebro”. O erro de Descartes (Antonio Damásio, 2006).

A neurociência é uma das minhas grandes paixões há muitos anos. Consigo ver a beleza desta ciência como vejo beleza na música, na poesia, na literatura, na fotografia. Para alguns o título deste blog pode parecer estranho, mas ele me traduz. Amo a neurociência. O cérebro é o órgão mais importante que temos no nosso corpo sendo o principal responsável pelos nossos pensamentos, pelas nossas memórias, pelos nossos sonhos e fantasias, pelas nossas emoções. Se por muito tempo a psicologia necessitou, por falta de conhecimento, tratá-lo como uma caixa preta que recebia estímulos e eliciava respostas, hoje aos poucos vamos elucidando seus segredos.

A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. Ainda é uma ciência nova e incipiente no Brasil, ainda que já bastante consolidada em países mais desenvolvidos economicamente. Ela, ao contrário de grande parte da psicologia, não nega que o homem é um ser biológico, ao contrário, ela se embasa neste fato para entender como o ambiente interage com a biologia conformando o que somos. Ela tenta explicar cientificamente como pensamos, como tomamos as nossas decisões, como acontecem nossos sentimentos.

O sorriso, a esperança, o brilho no olhar, o encanto, o desencanto, a coragem, a felicidade e a tristeza são regulados por este órgão tão extraordinário: o cérebro humano. É nele que existe a orquestra invisível que compõem o que somos, como vivenciamos as experiências do nosso dia-a-dia, como nos relacionamos com as pessoas, como amamos.

Como diria Pinker, não somos uma tabula rasa. Skinner, ainda que genial para explicar uma série de comportamentos humanos, se enganou neste ponto- não somos só resultado do nosso ambiente, não estamos completamente à mercê da nossa educação, dos nossos pais, da religião, não somos a folha em branco. Somos também biologia... Que Darwin seja louvado!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mi Buenos Aires Querido


Como não escrevi um blog antes vou começar pelo meu último destino- “Mi Buenos Aires querido”.
Cheguei em Buenos Aires, devido a uma transferência do meu maridinho, em janeiro de 2006 e morei lá, no bairro de Recoleta, até janeiro de 2009.
Buenos Aires é uma cidade linda, não só o tipo de cidade que é bom passar as férias, mas é uma cidade maravilhosa para viver. A arquitetura, famosa, lembra o charme europeu, tendo sobrevivido a todos os problemas econômicos das últimas décadas no país.
Na Argentina fiz ótimos amigos: argentinos, colombianos, panamenhos, chilenos... sul americanos enfim. Muitos dizem que os argentinos são frios. Jamais tive esta sensação. Recebi muito carinho lá. Aprendi o valor do “mate” compartilhado, muito parecido à nossa roda de chimarrão no sul do Brasil. Adoro os argentinos, adoro o sotaque, adoro até a forma dramática que eles têm de ver a vida- como bem refletem no tango.
O bairro em que vivi- Recoleta- vai ser sempre pra mim uma das mais belas lembranças do país. Um bairro lindo e seguro. Os bares e restaurantes que circulam o cemitério de Recoleta- uma imagem bastante estranha de se imaginar antes de você conhecer- é um lugar agradabilíssimo para caminhar à noite, ou simplesmente para tomar um café com “medialunas” pela tarde.
Até viver lá, nunca tinha ido à Bariloche. Um erro gravíssimo. Recomendo a viagem para todos os brasileiros. Belas paisagens... Um lugar romântico- ideal para se ir em “pareja”.
Beba vinho na Argentina- é barato e um dos melhores do mundo. Coma carne- sim- me perdoem os gaúchos- mas é sem dúvida a melhor carne que eu já comi.
Aprenda a dizer: Sos un boludo!!! Você nunca vai conseguir dizer com o sentimento deles, mas vai ser divertido de qualquer forma!